terça-feira, 2 de setembro de 2008

Reflexões sobre a eutanásia

Por: ©Juan Agustín Gómez

Depois de alguns anos de prática na clínica de pequenos animais, foi-se desenvolvendo em mim uma crescente inquietude acerca deste tema. Sempre achei necessário ter uma posição, uma atitude coerente e sobretudo honesta frente a esta situação onde tantas vezes me vi envolvido. Em muitas destas vezes, o resultado mecanicamente escolhido estava de acordo com os "usos e costumes" social e profissionalmente aceitos.

Passaram-se uns tantos anos: acumulei experiência, observei com cuidado e atenção, incorporei informação e atualmente creio poder expressar uma opinião.

Antes de tudo, devemos esclarecer o significado da palavra eutanásia, com o propósito de que todos saibam a que nos referimos quando a mencionamos. Pessoalmente acho que é empregada de forma incorreta uma vez que, segundo sua etimologia, significa "boa morte" ou "bem morrer" e o dicionário a define como "morte sem sofrimento". Raramente aquele que a pratica se detém para pensar se está provocando algum tipo de sofrimento em sua vítima. Recordemos, como exemplo, o tristemente difundido uso de miorrelaxantes que, simplesmente, matam por asfixia.

Vou tratar apenas da situação limite que ocorre na relação entre paciente, proprietário e médico veterinário, na prática diária da clínica de pequenos animais, excluindo aqui todas as outras circunstâncias, razões e meios pelos quais chega-se a decidir que um ou vários animais devem morrer. A análise das motivações culturais, sociais, sanitárias e econômicas implica em um conhecimento técnico amplo e profundo de cada um desses campos e não me parece prudente tratá-los superficialmente. De todo modo, qualquer que seja o ponto de partida, a meta é a reivindicação de um princípio ético fundamental: o respeito pela vida em todas as suas formas.

Da mencionada relação entre paciente, proprietário e médico veterinário, tentarei analisar, primeiro, as diversas atitudes de dois de seus membros. Deste modo, sigo o costume estabelecido em nosso meio: prescindir da opinião do terceiro. Deixarei para o final a observação da situação e a atitude deste terceiro personagem que é, obviamente, o paciente.

É imprescindível que o médico veterinário e o proprietário coincidam em sentido afirmativo para que o fato aconteça.
Por que o proprietário decide que seu animal deve morre?

Porque está muito velho, surdo, quase cego e caminha com dificuldade e " ele não pode suportar" vê-lo nestas condições, recordando os momentos felizes que passou vendo-o brincar quando era jovem.
Porque, ainda que seja jovem, "ele não tolera " vê-lo com esse aspecto horrível da enfermidade da pele, crônica e tão rebelde aos tratamentos e que, por outro lado, produz um cheiro tão desagradável, "pobrezinho"(?).
Porque a enfermidade é grave, com poucas possibilidades de ser superada e "ele sofre muito" pensando que, após tanta luta e dor, de qualquer forma seu animalzinho pode morrer.
Porque a situação familiar derivada da preocupação pela enfermidade do animal, "tornou-se insustentável".
Porque, sinceramente, crê que existe uma possibilidade de poupar sofrimentos supostamente inúteis em um animal que ama de verdade.
Porque aceita o conselho do médico veterinário.

Os quatro primeiros casos _ cujos argumentos tenho ouvido, quase textualmente, com muita freqüência _ são o resultado de uma atitude absolutamente egoísta, referindo-se à preocupação que o dono tem pelo seu próprio bem-estar e esquecendo de considerar quem de fato necessita.

Quem nos deu tantos momentos felizes durante muitos anos, merece que dediquemos alguns meses de esforço e alguma preocupação para ajudá-lo a transitar sem dor pelos últimos momentos de sua vida.

O ser que nos orgulhou com sua beleza não merece ser condenado à morte porque momentaneamente não satisfaz às necessidades estéticas de nossa vaidade.

Nossa própria dor pelo enfermo que sofre não pode ser contemplada antes da dor do enfermo, porque é ele quem necessita de ajuda.

E a situação familiar? Muitas vezes se invoca a presença das crianças, para as quais a situação resultaria uma experiência desagradável. Porque não aproveitar para brindá-las com um exemplo de solidariedade para com aquele que sofre e de amor pela vida?

Os motivos expressados nos casos 5 e 6 merecem ser incluídos nas considerações gerais. Seria bom pensar se por trás desse "poupar sofrimento" não se oculta a intenção de livrar-se de um verdadeiro peso ou se o conselho do profissional não é apropriado e oportuno para aliviar um sentimento de culpa pela consumação de um ato que não se poderia levar a cabo sem a presença de um cúmplice.

Por que o médico veterinário decide que seu paciente deve morrer?

Porque o considera incurável.
Porque as escassas possibilidades de cura não justificam os esforços de todo tipo que deveriam ser realizados.
Para poupar seu paciente de sofrimentos " supostamente inúteis".
Porque o proprietário pede.
O prognóstico de incurabilidade é pronunciado com freqüência de forma muito chamativa, a tal ponto que caberia questionar a utilidade de tantos anos de estudos realizados por veterinários, uma vez que, aparentemente, só são "atendíveis" as enfermidades que não apresentam verdadeira gravidade. Como médico veterinário, devo confessar que o prognóstico de incurabilidade, sobretudo se o diagnóstico vem acompanhado de alguns exames complementares e a sentença é pronunciada em tom acadêmico, é uma saída elegante cheia de vantagens. A saber:

Libera da responsabilidade de enfrentar um tratamento com probabilidades de fracassar. Os fracassos, ainda que em casos gravíssimos, sempre provocam certa perda de prestígio.
Alivia o esforço de trabalho e dedicação que significa um enfermo grave.
No caso da eutanásia ser aceita pelo proprietário (coisa muito provável ), acaba-se prontamente com um "caso problema", dispondo-se de mais tempo para as vacinações e casos sem gravidade, que são a fonte mais importante de ingressos fáceis.
Pessoalmente, quando, diante de um caso muito grave, me requerem um prognóstico definitivo, costumo responder que só podemos estar seguros daquilo que conhecemos com certeza, porém este tipo de conhecimento certeiro é muito escasso entre os homens. O que conhecemos é ínfimo em relação ao que não conhecemos. Deste modo, ninguém, ninguém em absoluto, pode ter a certeza, a segurança de que um paciente indefectivelmente morrerá. Dito de outra maneira, só poderemos assegurar a incurabilidade de um paciente quando este estiver morto.

Todos os milagres são simples evidências de nossa ignorância. Continuo assombrado cada vez que presencio a cura de um caso que, de acordo com o diagnóstico da entidade clínica, perfeitamente realizado, deveria ser considerado como perdido. Da mesma forma, me assombro diante do fatal desenlace de casos que aparentemente estavam bem controlados.

Sendo assim, podemos nos perguntar: devemos condenar um animalzinho à morte simplesmente porque ignoramos a forma de curá-lo?

Nossa missão como médicos é lutar pela vida do enfermo, tratando sempre de curá-lo ou ao menos aliviá-lo, com todos os meios disponíveis, colocando-nos ao seu lado e não ao lado da enfermidade e da morte. Todo ser vivo tem o direito de ser favorecido pelo "milagre" e não podemos negar-lhe esta oportunidade.

Com freqüência, esquece-se de consultar outros profissionais e especialmente evita-se recorrer a outro tipo de medicina não convencional ou a métodos considerados mágicos ou curandeiros, como se o dogma científico fosse mais importante que a vida do paciente.

Como podemos trair aquele que nos pede ajuda e confia em nós? O orgulho pessoal, a necessidade de prestígio, consideração e, inclusive, o interesse material, valem mais que a vida e o bem-estar de nosso paciente?

Aprofundando um pouco mais, afirmo que os homens, qualquer que seja o grau de autoridade científica, social ou cultural alcançado, não temos o direito de destruir aquilo que somos incapazes de criar e cujo profundo mistério desconhecemos: a vida.

Na situação analisada, quando falo de vida, refiro-me especificamente à vida do paciente.

Tratarei agora da condição do "terceiro personagem", a quem considero o mais importante.

Se ele pudesse falar e lhe perguntássemos sua opinião, o que diria?
Se ele pudesse... porém... não pode? Quantos de nós e, quantas vezes, nos detivemos a escutar sua voz?

Todos os animais são capazes de fazer-nos saber o que querem, o que sentem, especialmente se convivemos com eles. No caso de animais doentes, esta expressividade conserva-se e até exalta-se em alguns, resultando quase óbvio que, além da expressão e da atitude, cada sintoma é um pedido de ajuda.

Além disso, foi observado que os animais são capazes de certo "voluntarismo" com relação a sua vida, tal é o caso de cães que, por terem morrido seus donos, "decidem" morrer também (cada leitor deve conhecer uma história semelhante).

Apresento a seguir um episódio arrepiante de sobrevivência voluntária, a mim relatado por uma pessoa próxima dos protagonistas da história, da qual foi testemunha ocular. Tratarei de resumi-lo.

Um homem, por razões de trabalho, deve viajar e ausentar-se por um período bastante longo. Seu cão, já velho, permanece em sua casa em companhia da família. Na ausência do dono, o cachorro adoece gravemente e o médico veterinário que o atende prognostica um desenlace fatal em curto prazo, chegando, inclusive, a propor a eutanásia para evitar o que considerava uma agonia inútil.

Os familiares preferem não tomar nenhuma decisão sem o consentimento do dono que, ao ser comunicado do fato, decide regressar para casa.

Enquanto isso, passam os dias e o cachorro permanece em um estado de estupor comatoso, não come nem bebe, apenas respira. Ninguém, nem mesmo o médico veterinário, consegue explicar como é possível que continue vivendo. Já deveria estar morto.

Permanece nessas condições por quase uma semana. Finalmente o dono regressa e o cachorro, que tinha permanecido "inconsciente" todo esse tempo, ao entrar o dono, levanta a cabeça e olha para ele. O dono aproxima-se e, chorando, o acaricia.

No momento em que recebe a carícia, o cachorro morre.

Como é possível que proprietário e veterinário decidam, às vezes tão superficialmente, o destino de uma vida como esta?

Alguém poderia dizer e, de fato tenho ouvido isso muitas vezes, que é "desumano" permitir a dor "inútil" de um cão que nem tem esperanças de salvação.

Tenho mencionado a relatividade e subjetividade do conceito de incurabilidade, de modo que agregarei outra afirmação: creio que não existe nenhuma dor física que supere aquela que produz a certeza da morte artificial iminente produzida com a cumplicidade de quem se tem amado tanto.

Poucas pessoas ignoram que os cães percebem nossa atitude, ainda que não façamos absolutamente nada, de maneira que é evidente que "sabem" o que vamos fazer e quando começamos a fazê-lo. Quando chamamos nosso cachorro para sair para passear, ele vem imediatamente, porém quando o chamamos para tomar banho (quando não gosta de banho) ele se esconde, ainda que nosso tom de voz possa ser igual. Quando o levamos ao consultório do veterinário, resiste a passar por este lugar, ainda que o caminho seja o mesmo que fazemos para levá-lo à praça. Há ainda muitos outros exemplos.

Como podemos pensar, então, que ele não sabe que vamos matá-lo?

Ele sabe disso e nenhum sofrimento físico é comparável com a angústia que este fato lhe produz.

Quem já olhou nos olhos de um cão neste momento, não esquecerá jamais este olhar. Eu nunca o esquecerei. Como também não esquecerei nunca o último caso de "eutanásia" que cheguei a praticar.

Tratava-se de uma cadela com uma encefalite em período depressivo, que encontrava-se em coma havia quarenta e oito horas. Quando, em cumplicidade com o dono, convencidos de que era o melhor, tomamos a nefasta decisão, preparei a seringa e, ao inclinar-me sobre meu paciente para injetá-la, começou a sacudir-se tentando, ainda inconsciente, levantar-se como para escapar.

Estou absolutamente convencido de que ela sabia o que eu ia fazer.

E, se eles conhecem as nossas intenções, como vamos abandoná-los justamente quando mais necessitam de nós? Não somos capazes de dedicar-lhes alguns dias, horas ou semanas, enquanto eles foram capazes de dedicar-nos toda sua vida?

Estou me referindo principalmente aos cães porque é uma das espécies que têm maior contato com o ser humano e, portanto, nos sentimos familiarizados com eles. Todos, absolutamente todos os seres vivos, sofrem a morte e digo "a morte" e não exclusivamente sua própria morte. Como exemplo disso bastaria remeter-se às extraordinárias experiências relatadas no famoso livro A vida secreta das plantas.

O único que conhecemos da vida são suas manifestações: uma das principais características observadas na substância viva é sua luta constante pela conservação da vida. Cada célula, cada ser unicelular, cada partícula do protoplasma está lutando para conservar-se viva, para dispor do maior tempo possível para alcançar suas "metas biológicas".

Então, este animalzinho que estamos planejando matar, não se sentiria feliz, apesar das dores de uma enfermidade que o está derrotando, em saber que estamos ao seu lado, lutando pela sua vida até o último momento?

Cada ser vivo tem seu tempo. Seu tempo para nascer e seu tempo para morrer.

Não conhecemos as leis que regem a infinidade de circunstâncias que conduzem ao nascimento de um novo ser, de um ser único, inédito, irreproduzível, e a infinidade de circunstâncias que determinam o final desta vida única e inédita.

Matar é apenas isso: matar, destruir a vida. Jamais devemos admitir que a morte artificial, provocada, possa produzir algum benefício.

Todo ser vivo tem o direito de viver até seu último instante, de dispor de todo seu tempo e de alcançar "seu próprio fim", sua morte natural e esta é a única, a verdadeira eutanásia. Todo o resto é assassinato.

"Não matarás", nos diz um dos Mandamentos, e isto quer dizer também "não matarás em teu coração", que significa a profunda e verdadeira atitude vital de respeito pela maravilhosa Criação na qual estamos incluídos. Em outras palavras, só o amor pode salvar-nos.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Quer Comprar um Sagui ou Mico? - Parte 3.


· Você pode lidar com mordidas?
Não importa o que falem TODOS OS SAGÜIS MORDEM.
Morder é a expressão de raiva de um primata e nada que você pode fazer mudará isso. Castigar normalmente é levado como uma ameaça e poderá ter conseqüências sérias. E, ao contrário, a remoção de dentes não é só prejudicial a saúde do animal, mas é CRUEL. Para a proteção dos sagüis e das pessoas , você deve manter o seu animal sem contato com qualquer estranho – isso inclui os amigos de suas crianças, vizinhos e parentes. Uma mordida de sagüi no seu dedo dói um bocado.

· Você pode garantir uma boa casa pelos
próximos 10 a 15 anos?

Esta é a expectativa de vida de um sagüi mantido em boas condições em cativeiro. Sagüis como qualquer outro macaco não se adaptam bem a novas situações. Se você é jovem deve tem em mente o que fará quando crescer: emprego, faculdade, ou mesmo o serviço militar. Não é fácil achar um novo lar para um sagüi.
Lembre-se, ele será sua responsabilidade pelos próximos 10 a 15 anos e os cuidados com o animal não mudarão com a sua mudança de estilo.

· Quem cuidará do seu sagüi quando viajar?
Se você gosta de tirar férias, não adquira um sagüi. Eles requerem cuidado no mínimo de 2 horas por dia, significando alimentação, limpeza e horas de companhia. Eles são animais sociáveis, vivem em grupos, o que significa que necessitam de companhia. Se você deixar o seu sagüi sozinho, ele sofrerá de desordens psíquicas e desenvolverá comportamentos aberrantes, inclusive anorexia, que levará o animal à morte. Você deve considerar que talvez seja necessário adquirir outro animal para reprodução, ou mesmo para convívio social.

· Você conhece algum veterinário
qualificado para tratar do seu sagüi?

Muitos poucos veterinários trabalham com animais silvestres, o que inclui sagüis, e a
maioria não o aceitará como paciente. Você terá que procurar muito, até encontrar algum veterinário para cuidar dos seus bichinhos. Nós sugerimos entrar em contato com o zoológico da sua cidade, eles poderão ajudá-lo.
Antes de adquirir um sagüi tenha certeza que você pode contar com um veterinário experiente.

Quer Comprar um Sagui ou Mico? - Parte 2.


· Você pode lidar com bagunça?
Toda casa que tem sagüis soltos possui móveis roídos, cortinas rasgadas, plantas comidas e/ou quebradas, abajures no chão, sem contar com o odor inconfundível.
Você tem que vigiar o seu sagüi o tempo todo quando ele está solto. Deverá manter
substâncias tóxicas e medicamentos fechados.
Tem também que limpar urina e fezes diariamente, lembre-se, isso significa limpar e
desinfetar pelo menos 365 dias por ano ou 366 se for bissexto!! Eles evacuarão,
imediatamente, sempre e onde der vontade.
Mesmo que você treine ele a ir ao banheiro, quando alcançar a maturidade esquecerá.
Finalmente, não esqueça que sagüis são criaturas desinibidas os quais se ocupam com
atividades naturais, que poderão envergonhá-lo, inclusive exibição de genitália, masturbação, cópula e ascensão ao mesmo sexo.

· É legal ter um sagüi em casa?
No Brasil existem diversos criadores da fauna silvestre brasileira autorizados pelo IBAMA, para comercializar sagüis e outros animais silvestres e exóticos. Quando você adquire um animal com origem legal, o seu animal está registrado junto ao IBAMA, ele deverá vir acompanhado pela Nota Fiscal, onde constará o número do registro do criador, junto ao IBAMA, e o número de marcação do animal. A Nota Fiscal é a garantia de origem do animal, sem ela você poderá sofrer processo e multas, além de perder o animal.
Ao adquirir um animal no tráfico, além contribuir com a devastação de nossos recursos
naturais, estará sujeito a sanções legais. Você não sabe em que condição encontra-se este animal, qual a sua origem, ficando exposto a uma série de doenças. O que pode parecer, a princípio, um bom negócio, torna-se algo muito dispendioso e desnecessário.

· Você tem espaço suficiente e certo?
É necessário um espaço mínimo de 1 m3 para manter um casal de sagüis. Sagüis necessitam de espaço para exercitarem, brincarem e dormirem. Muitos mantêm o animal em pequenos viveiros, fazendo com que fique deprimido, até mesmo insano, porque necessita de atividade física e mental. Cordas, brinquedos, poleiros de diversos diâmetros, entre outros.
O ambiente do sagüi deve estar sempre com uma temperatura acima de 25ºC e umidade
entre 50-70%. Eles adoram tomar banho de sol durante curtos períodos para síntese da
vitamina D3. Assim deve ser proporcionado gaiola com recintos abertos e fechados. Se for impossível, pode-se administrar vitamina D3,ou utilizar lâmpadas especiais de UV.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Quer comprar um Sagüi ou Mico? - Parte 1.


Este é o primeiro de alguns posts em que falarei sobre a aquisição e manutenção de saguis em cativeiro.

Animados, inteligentes e cativantes. Sagüis estão entre os animais mais fascinantes do planeta. Isso faz com que sejam desejados como animais de estimação. Mas diferentes de cachorros e gatos, os sagüis evoluíram milhares de anos para não viverem compartilhando o mesmo espaço com os homens. Eles são animais silvestres e não domésticos, apesar de sua adaptação ao cativeiro.
Mantê-los saudáveis e felizes requer muita dedicação e tempo além de ser relativamente caro se comparado com outros animais domésticos.
Quando você pensar em trazer um sagüi para sua casa, por favor, considere alguns aspectos, como os dois deste post:

· Você está preparado para conviver com um animal silvestre?
Nunca esqueça que sagüis são animais silvestres. Goste ou não a amizade deles irá
enfraquecer quando eles alcançarem a maturidade sexual, ficarão mais agressivos e
poderão atacar com a mais leve provocação. A maioria dos macacos que você vê na televisão é muito jovem; raramente são vistos adultos fora de uma gaiola.

· Você dispõe de recursos financeiros?
Se você não dispor de R$50,00 (ou mais) por mês para a manutenção do sagüi, não adquira um. Sagüis não podem ser mantidos somente com bananas. Eles possuem uma dieta rica, de alto valor protéico e bem balanceada. Isto inclui frutas, legumes, cereais, complementos vitamínicos, minerais e protéicos, além de insetos. Nunca dê a seu sagüi insetos coletados na natureza, eles podem estar contaminados com agrotóxicos levando o animal a óbito.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Psitacose, uma doença só das aves?

Como eu já havia alertado em meu post anterior, devemos ser responsáveis com nossos bichinhos de estimação e levá-los ao veterinário uma ou duas vezes por ano, para exames de rotina. Esse tipo de preocupação e comportamento é importante para a saúde de nossos animais e para a nossa saúde também.

Para exemplificar o que estou falando, vou citar um casal de amigos que adquiriram 2 calopsitas e nunca as levaram a um veterinário. As aves eram muito apegadas aos donos, mas, sem que ninguém suspeitasse, elas eram portadoras passivas de uma doença muito grave, tanto para as aves como para nós, humanos.
Os meus amigos nem imaginavam a existência desse problema até que o casal de calopsitas teve filhotinhos.

Os filhotes, assim como os pais, também eram portadores da doença, sendo que neles ela se manifestou e cada um foi morrendo aos poucos. Nesse momento os meus amigos levaram as aves até um veterinário e o mesmo diagnosticou uma doença chamada Psitacose, também conhecida como Ornitose, que é altamente contagiosa e quando se descobre um caso desses é necesário informar à secretaria de saúde pública.
Enfim, a esposa do meu amigo acabou contraíndo esta doença, que se aloja nos pulmões, e levou 6 meses combatendo-a com diversos antibióticos.
Vejam que problema!!! Graças a Deus ela conseguiu se recuperar, mas fizeram uma coisa completamente errada, ou seja, soltaram as aves.

Nunca façam o que eles fizeram, ou seja, não deixem de levar suas aves ao veterinário, que pode diagnosticar essas doenças precocemente e tratá-las, e muito menos soltem animais que sejam portadores de doenças infecciosas, pois certamente estarão espalhando o problema.

Vejam o texto abaixo, que copiei do site Saúde e Vida On-Line, com o intuito de alertá-los sobre os perigos dessa doença.

" Psitacose é uma doença infecciosa causada por bactérias que infectam preferencialmente os psitacídeos (papagaios, araras, periquitos, etc), podendo eventualmente infectar o homem quando ele entra em contato com animais portadores - sãos ou doentes - ou ainda com secreções, dejetos ou produtos derivados dos mesmos, como ocorre em matadouros, aviários, granjas e indústrias que utilizam penas ou outros derivados de aves. Além de psitacídeos (os primeiros em que se descobriu a doença), numerosas outras aves (pombos, galinhas, canários, faisões, perus, etc) podem infectar-se e transmitir a doença; dai a denominação mais correta de ornitose em substituição a Psitacose, já que esta última limitaria a enfermidade apenas aos psitacídeos. O agente etiológico da ornitose é uma bactéria intracelular que pertence ao gênero Chlamydia (Chlamydia psittaci). Tais bactérias apresentam características ora dos verdadeiros vírus, ora das riquétsias e bactérias.

A via respiratória constitui a porta de entrada da bactéria, aqual é aspirada com poeiras provenientes de gaiolas ou logradouros contaminados por dejetos e secreções dos animais doentes ou portadores. A doença é enzoótica entre as aves, dada a promiscuidade em que elas vivem. A contagiosidade inter-humana é possível, mas não comum. Existe tanto entre animais como em seres humanos, sendo o portador responsável por surtos epidêmicos ou casos isolados. Parece que crianças e jovens são menos suscetíveis à doença do que os adultos.

SINTOMAS NAS AVES:

O período de incubação da doença nas aves pode variar de 3 a 106 dias. Os sintomas podem ser distinguidos em forma serosa ou respiratória, digestiva ou na forma mista. Observa-se portanto, dependendo da forma que a doença se manifesta, sonolência, debilidade, falta de apetite, eriçamento das penas, diarréia com intensidade diversa.
Após emagrecimento progressivo e caquexia, os animais morrem, freqüentemente com sintomas de paralisia no prazo de uma a duas semanas. Também ocorrem mortes súbitas sem sintomas prévios da doença. Um animal doente pode ser curado, mas continua portador eliminando o agente por meses. O tratamento de escolha é à base de antibióticos.

SINTOMAS NOS HUMANOS:

No homem o órgão mais comprometido é o pulmão, que apresenta uma pneumonia atípica. Não existe vacina para uso humano. O contágio pelo homem ocorre por inalação de pó que é levantado nas gaiolas ou recintos de animais infectados, ou durante o sacrifício destes, ao manipular as penas. A infecção também pode ser produzida por picadas de papagaios infectados e o ato de dar-lhes alimento com a boca.

Os sintomas no homem ocorrem depois de um período de incubação de 7 a 14 dias, onde observa-se aumento de temperatura até 40C. Aparecem em seguida fortes dores de cabeça, picada no tórax, tosse irritativa e dolorosa, dores lombares e nas extremidades, sudorese, inapetência e fraqueza.

Geralmente é desenvolvido uma pneumonia com infiltrados densos ,bilaterais e amplos, vistos em radiografia. Ainda pode apresentar estados excitativos e nervosos de origem central, alterações circulatórias tóxicase, mais raramente, erupções cutâneas.
Os casos leves da doença são semelhantes à gripe ou uma simples indisposição. Utiliza-se antibióticoterapia como tratamento e realização de meio eficaz de diagnóstico para confirmar a doença, diminuindo-se a incidência de morte humana. A cura e a convalescência podem ser prolongadas.

É obrigatório a notificação de casos de psitacose tanto no animal como no ser humano, bem como da sua morte."


terça-feira, 29 de julho de 2008

Calopsitas - Como saber o sexo de minha ave?

É muito comum encontrarmos criadores e vendedores de calopsitas que, por mágica, dizem saber o sexo da ave. Dessa maneira, não é incomum que uma ave comprada como sendo do sexo masculino, coloque ovos depois de um tempo. Olha que mico!

Cuidado, pois em geral, um psitacídeo, especialmente uma calopsita, não apresenta, dimorfismo sexual, sendo impossível precisar o sexo da ave de forma visual ou até por toque.

A maneira correta e precisa de se obter a sexagem de uma ave é através do exame de DNA, realilzado através de amostras de sangue ou penas das aves. É importante salientar que estes procedimentos, apesar de simples, devem ser feitos por profissionais especializados, ou seja, por veterinários de aves.

Com a amostra retirada, esta é encaminhada para um laboratório, que irá cobrar algo em torno de R$12,00 à R$20,00 pelo exame e o mesmo leva uns poucos dias para ficar pronto.

Aqui no Rio de Janeiro existem profissionais competentes, que atuam com animais exóticos e que devem ser procurados nesses casos ou em qualquer outra situação mais grave ou até mesmo de rotina.
Eu, particularmente, indico o Dr. André, que atende na loja Birds, no Shopping Barra Point, geralmente aos sábados, mas durante a semana tem outros veterinários de sua equipe.

Lembrem-se de uma coisa importante, ter um animal requer responsabilidade para com ele e com as pessoas de sua residência, além dos vizinhos. Animais podem transmitir doenças e para prevení-las, é importante levá-los pelo menos duas vezes por ano ao um veterinário, que realizará exames de rotina em seus Pet´s.

Abraços e até apróxima postagem.