quarta-feira, 30 de julho de 2008

Psitacose, uma doença só das aves?

Como eu já havia alertado em meu post anterior, devemos ser responsáveis com nossos bichinhos de estimação e levá-los ao veterinário uma ou duas vezes por ano, para exames de rotina. Esse tipo de preocupação e comportamento é importante para a saúde de nossos animais e para a nossa saúde também.

Para exemplificar o que estou falando, vou citar um casal de amigos que adquiriram 2 calopsitas e nunca as levaram a um veterinário. As aves eram muito apegadas aos donos, mas, sem que ninguém suspeitasse, elas eram portadoras passivas de uma doença muito grave, tanto para as aves como para nós, humanos.
Os meus amigos nem imaginavam a existência desse problema até que o casal de calopsitas teve filhotinhos.

Os filhotes, assim como os pais, também eram portadores da doença, sendo que neles ela se manifestou e cada um foi morrendo aos poucos. Nesse momento os meus amigos levaram as aves até um veterinário e o mesmo diagnosticou uma doença chamada Psitacose, também conhecida como Ornitose, que é altamente contagiosa e quando se descobre um caso desses é necesário informar à secretaria de saúde pública.
Enfim, a esposa do meu amigo acabou contraíndo esta doença, que se aloja nos pulmões, e levou 6 meses combatendo-a com diversos antibióticos.
Vejam que problema!!! Graças a Deus ela conseguiu se recuperar, mas fizeram uma coisa completamente errada, ou seja, soltaram as aves.

Nunca façam o que eles fizeram, ou seja, não deixem de levar suas aves ao veterinário, que pode diagnosticar essas doenças precocemente e tratá-las, e muito menos soltem animais que sejam portadores de doenças infecciosas, pois certamente estarão espalhando o problema.

Vejam o texto abaixo, que copiei do site Saúde e Vida On-Line, com o intuito de alertá-los sobre os perigos dessa doença.

" Psitacose é uma doença infecciosa causada por bactérias que infectam preferencialmente os psitacídeos (papagaios, araras, periquitos, etc), podendo eventualmente infectar o homem quando ele entra em contato com animais portadores - sãos ou doentes - ou ainda com secreções, dejetos ou produtos derivados dos mesmos, como ocorre em matadouros, aviários, granjas e indústrias que utilizam penas ou outros derivados de aves. Além de psitacídeos (os primeiros em que se descobriu a doença), numerosas outras aves (pombos, galinhas, canários, faisões, perus, etc) podem infectar-se e transmitir a doença; dai a denominação mais correta de ornitose em substituição a Psitacose, já que esta última limitaria a enfermidade apenas aos psitacídeos. O agente etiológico da ornitose é uma bactéria intracelular que pertence ao gênero Chlamydia (Chlamydia psittaci). Tais bactérias apresentam características ora dos verdadeiros vírus, ora das riquétsias e bactérias.

A via respiratória constitui a porta de entrada da bactéria, aqual é aspirada com poeiras provenientes de gaiolas ou logradouros contaminados por dejetos e secreções dos animais doentes ou portadores. A doença é enzoótica entre as aves, dada a promiscuidade em que elas vivem. A contagiosidade inter-humana é possível, mas não comum. Existe tanto entre animais como em seres humanos, sendo o portador responsável por surtos epidêmicos ou casos isolados. Parece que crianças e jovens são menos suscetíveis à doença do que os adultos.

SINTOMAS NAS AVES:

O período de incubação da doença nas aves pode variar de 3 a 106 dias. Os sintomas podem ser distinguidos em forma serosa ou respiratória, digestiva ou na forma mista. Observa-se portanto, dependendo da forma que a doença se manifesta, sonolência, debilidade, falta de apetite, eriçamento das penas, diarréia com intensidade diversa.
Após emagrecimento progressivo e caquexia, os animais morrem, freqüentemente com sintomas de paralisia no prazo de uma a duas semanas. Também ocorrem mortes súbitas sem sintomas prévios da doença. Um animal doente pode ser curado, mas continua portador eliminando o agente por meses. O tratamento de escolha é à base de antibióticos.

SINTOMAS NOS HUMANOS:

No homem o órgão mais comprometido é o pulmão, que apresenta uma pneumonia atípica. Não existe vacina para uso humano. O contágio pelo homem ocorre por inalação de pó que é levantado nas gaiolas ou recintos de animais infectados, ou durante o sacrifício destes, ao manipular as penas. A infecção também pode ser produzida por picadas de papagaios infectados e o ato de dar-lhes alimento com a boca.

Os sintomas no homem ocorrem depois de um período de incubação de 7 a 14 dias, onde observa-se aumento de temperatura até 40C. Aparecem em seguida fortes dores de cabeça, picada no tórax, tosse irritativa e dolorosa, dores lombares e nas extremidades, sudorese, inapetência e fraqueza.

Geralmente é desenvolvido uma pneumonia com infiltrados densos ,bilaterais e amplos, vistos em radiografia. Ainda pode apresentar estados excitativos e nervosos de origem central, alterações circulatórias tóxicase, mais raramente, erupções cutâneas.
Os casos leves da doença são semelhantes à gripe ou uma simples indisposição. Utiliza-se antibióticoterapia como tratamento e realização de meio eficaz de diagnóstico para confirmar a doença, diminuindo-se a incidência de morte humana. A cura e a convalescência podem ser prolongadas.

É obrigatório a notificação de casos de psitacose tanto no animal como no ser humano, bem como da sua morte."


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